Presentes em todos os setores industriais, os inversores de frequência fazem parte das novas cadeias de produção automatizadas, cada vez mais eficientes e robustas com o intuito de promover um melhor aproveitamento do equipamento. E como ele faz isso? Com a modulação dos ciclos de frequência e tensão gerados pelos motores, de forma semelhante ao que acontece com os condicionadores de ar do tipo “inverter”.
O objetivo do inversor de frequência é controlar a velocidade do motor, e dessa forma, a energia produzida será proporcional à quanto o motor necessita dela, evitando por exemplo, um desperdício de energia elétrica. Imagine que sem o inversor de frequência, muitas vezes o motor pode fornecer mais energia do que aquele equipamento necessita em determinado momento, e isso diminui diretamente a sua vida útil, da mesma forma, que também fornece picos de corrente desnecessários na maioria dos casos.
Outros fatores importantes a serem considerados são as interferências eletromagnéticas (EMI), onde o cabo pode funcionar com fonte ou receptor de ruídos, podendo transmiti-los para outros equipamentos (como fonte de irradiação) ou captando (como receptor), afetando diretamente a transmissão de sinais ou potência ¹.Para atuar de forma refletiva ou ainda aterrar essas interferências, usamos os cabos blindados*, do inglês shield, as Figuras 1(a) e 1(b) faz uma ilustração da diferença das interferências em cabos com e sem blindagem.
*“Em outro artigo abordaremos mais a fundo o assunto das blindagens eletromagnéticas, quais são suas aplicações, quando usar e as principais diferenças entre as blindagens existentes”
Com essas informações em mãos, certamente podemos concluir que o inversor é um aparelho muito importante para a sua indústria, e também sabemos que são equipamentos de alto valor agregado, que dependem de uma série de parâmetros e especificações na hora de compra, por que então muitas vezes não encontramos uma ligação elétrica adequada para o seu funcionamento?
Em 2018, a norte americana NFPA (do inglês, Associação Nacional de Proteção contra Incêndios), que se dedica aos cuidados e proteção de bens e pessoas em casos de incêndio e outros danos, publicou em seu parágrafo 4.4.8 da NFPA 79 “Condutores elétricos e equipamentos fornecidos por equipamentos de conversão de energia como parte do acionamento de velocidade ajustável e os sistemas do servo motores devem ser listados como cabos flexíveis de alimentação com marcações RHH, RHW, RHW-2, XHH, XHHW ou XHHW-2.” ³
Essas marcações de modo geral, se referem ao tipo de isolação para os cabos, definindo que eles devem ser construídos com isolação com material termorrígido, como por exemplo, o XLPE (polietileno reticulado), ao invés dos materiais termoplásticos, que são mais utilizados na indústria, como é o caso do PVC. Da mesma forma que são estipuladas diretrizes para a construção do cabo, os métodos de instalação adequados também são indicados para uma completa garantia de proteção EMC do conjunto. Nas Figuras 2 (a) e (b) abaixo, é possível observar que a fita termo retrátil é a mais indicada para a isolação quando não é feito o uso do cobre nu, da mesma forma a utilização de prensa cabos também com EMC (compatibilidade eletromagnética) são os mais indicados para a aplicação.
Referências:
¹ INTERCONNECT SOLUTIONS. Shielded Cables An Effective Way to combat EMI.
² NETWORKTECH EXPERT. Protecting Video Signals from EMI When Using CATx Extenders. Publicado em 11 de janeiro de 2011.
³ COX.P. Selecting Compliant VFD Cable Under NFPA 79.20184 RODRIGUES.M.T.O que é e qual a função do inversor de frequência?